Vai passar um café em paz
- Ca Côrtes
- 20 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de jul.

Você se lembra da última vez em que baixou a guarda?
Não sei onde você mora, mas aqui em São Paulo a gente precisa estar sempre vigilante. O curioso é que percebi que até dentro de casa minha testa anda contraída. Aí já é demais.
Sou do interior de São Paulo, onde tudo era mais calmo. Andava de chinelo na rua e com o celular na mão. Há algumas semanas, voltei para visitar a cidade, e o choque foi imediato, parece que o tempo lá desacelera sem pedir licença.
Mas São Paulo também tem sua calmaria. É a gente que entra no modo turbo, no fluxo 2.0. Ontem, por exemplo, eu passei um café e, enquanto ele caía na xícara, fiquei olhando como se só aquele momento importasse. E, pasmem: ver o café espresso cair num copo com gelo e leite e se misturar é lindo.
Depois, me lembrei da minha irmã dizendo: “A melhor hora para tomar banho é quando o sol bate no banheiro.” E eu concordo. Você já tomou banho com o sol da manhã aquecendo o box? É MARAVILHOSO.
Tenho reparado também na luz dourada das 17h no outono, estação em que estamos. É a coisa mais linda e nunca me acostumo. Já vivi 27 outonos e, para mim, sempre será um espetáculo divino.
Sabe aquela paz e beleza que a gente espera viver só nos finais de semana ou nas férias? Elas estão disponíveis todos os dias.
Pensa comigo: parece que a correria nos prende, mas experimente tirar seus pensamentos da pressa. Olhe para sua vida de fora, como quem observa a própria história. Não estou te menosprezando, você é uma pessoa abençoada e importante, mas a verdade é que o mundo não vai parar porque você tirou um tempo para apreciar o simples.
Nos submetemos à prisão de viver na rodinha de hamster quando aprisionamos nossos pensamentos na lógica da superprodutividade. Sei que nosso sistema governamental e o mercado de trabalho estão longe do ideal, mas também sei que uma mudança de pensamento pode nos libertar.
Então, que tal encontrar hoje a paz e a beleza das pequenas coisas?
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